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Por que a ginasta americana Jordan Chiles teve sua medalha de bronze retirada?

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Por que a ginasta americana Jordan Chiles teve sua medalha de bronze retirada?

Foi uma das imagens icônicas dos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris: as ginastas americanas Jordan Chiles e Simone Biles ajoelhadas no pódio para homenagear a medalhista de ouro brasileira Rebeca Andrade, enquanto as três mulheres dividiam o primeiro pódio totalmente negro da ginástica olímpica.

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#TheMoment Simone Biles e Jordan Chiles se curvaram para Rebeca Andrade

O analista de ginástica da CBC, Kyle Shewfelt, relata o momento em que as ginastas Simone Biles e Jordan Chiles se curvaram para Rebeca Andrade depois que ela ganhou o ouro no solo feminino olímpico.

Mas Chiles perdeu sua medalha, e essa lembrança agora carrega um posfácio complicado e emocional.

O que aconteceu? Aqui vai um detalhamento.

Chiles aparentemente termina em 5º

Em 5 de agosto, Chiles estava competindo no solo feminino e parecia ter terminado em quinto lugar.

Ana Bărbosu acreditou que havia conquistado o bronze e começou a comemorar com uma bandeira romena.

Enquanto Bărbosu comemorava, a treinadora dos EUA, Cecile Landi, fez uma pergunta — basicamente um desafio à pontuação dos juízes, que pode ser alterada após a revisão do vídeo.

Olímpico John Roethlisberger disse na transmissão da NBC que a investigação era sobre um salto chamado tour jeté full, pelo qual a treinadora sentiu que não recebeu crédito.

“Nesse ponto, não tínhamos nada a perder, então eu pensei, vamos tentar”, disse Landi após a cerimônia de premiação. “Sinceramente, não pensei que isso fosse acontecer, mas quando ouvi [Chiles] gritar, eu me virei e pensei, ‘O quê?’

Os juízes aceitaram o recurso, adicionando 0,1 ponto à pontuação de Chiles e fazendo-a ultrapassar Bărbosu e outra competidora — levando ao que os atletas consideraram ser o primeiro pódio de ginástica totalmente negro nas Olimpíadas.

Três ginastas artísticas vestindo agasalhos sorriem enquanto seguram medalhas penduradas no pescoço.
Biles e Chiles posam no pódio olímpico com a medalhista de ouro Rebeca Andrade, do Brasil, em 5 de agosto na Bercy Arena, em Paris. (Gabriel Bouys/AFP via Getty Images)

4 segundos aparentemente custam o bronze a Chiles

A Romênia levou seu caso ao Tribunal de Arbitragem do Esporte (CAS) sediado na Suíça, dizendo que o inquérito dos EUA não foi feito dentro da janela de um minuto declarada nas regras. A Romênia argumentou que os americanos perderam esse limite de tempo por quatro segundos.

No sábado, o TAS decidiu a favor da Romênia e ordenou que a medalha de bronze de Chiles fosse realocada para Bărbosu.

Mas espere! EUA dizem que o momento estava errado

No domingo, a USA Gymnastics disse que enviou evidências de vídeo recém-descobertas ao CAS que mostraram que o inquérito foi enviado 47 segundos após a publicação da pontuação, bem dentro do limite de tempo de um minuto. Eles dizem que outra solicitação foi feita na marca de 55 segundos.

Mas na segunda-feira, a USA Gymnastics disse que o CAS não reconsiderará sua decisão porque disse que as regras “não permitem que uma sentença arbitral seja reconsiderada mesmo quando novas evidências conclusivas são apresentadas”.

As consequências

A USA Gymnastics disse no sábado que Chiles foi “submetida a ataques consistentes, totalmente infundados e extremamente ofensivos nas redes sociais”.

No sábado, Chiles postou em seus stories do Instagram uma série de corações partidos em um fundo preto, seguidos desta declaração: “Estou aproveitando esse tempo e me afastando das redes sociais para cuidar da minha saúde mental, obrigada.”

A mãe de Chiles, Gina Chiles, criticou os críticos em uma publicação, escrevendo que estava “cansada” dos comentários depreciativos dirigidos a Jordan.

“Minha filha é uma atleta olímpica altamente condecorada, com o maior coração e um nível de espírito esportivo inigualável”, postou Gina Chiles. “E ela está sendo chamada de coisas nojentas.”

Uma mulher de collant levanta as mãos e sorri. Anéis olímpicos são visíveis ao fundo.
A romena Ana Bărbosu compete na final do solo feminino de ginástica artística durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024, na Arena Bercy, em 5 de agosto. (Loic Venance/AFP/Getty Images)

O lado romeno não está muito mais feliz.

A lenda da ginástica romena e campeã olímpica de 1976, Nadia Comăneci, temeu pela saúde mental de Bărbosu por causa da sequência dolorosa em que ela passou de medalhista de bronze para quarta colocada.

“Não acredito que brincamos com a saúde mental e as emoções dos atletas desse jeito. Vamos protegê-los”, postou Comăneci no X no início da semana.

Bărbosu fez questão de dizer, depois de retornar para casa na Romênia, que não teve problemas com Chiles.

“Eu só quero que todos sejam justos, não queremos começar a escolher outros atletas de qualquer nacionalidade”, disse Bărbosu aos repórteres. “Nós, como atletas, não merecemos algo assim, só queremos ter o melhor desempenho possível e ser recompensados ​​com base em nosso desempenho. Os problemas estão com os juízes, com seus cálculos e decisões.”

O que vem depois?

A disputa sobre esses detalhes minuciosos configura o que pode ser uma batalha jurídica de meses ou anos sobre os resultados da ginástica.

A USA Gymnastics diz que continuará os esforços para que Chiles mantenha a medalha.

Qualquer recurso pode ser interposto ao mais alto tribunal da Suíça, o Tribunal Suíço, ou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

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